Alice Guy-Blaché – importante presença feminina na história cinematográfica

Considerada a primeira mulher diretora de filmes, Alice Guy-Blaché (1873 –1968) fez um dos primeiros filmes narrativos da história do cinema, aos 23 anos, em 1896. Dirigiu e produziu cerca de 700 filmes e é, até hoje, a única mulher a ser proprietária de um estúdio de produção cinematográfica.  Curiosamente, tudo isso aconteceu antes mesmo de ela, e todas as mulheres, terem o direito de votar. Apesar desses feitos notáveis, Alice Guy-Blaché não aparece nos livros de história do cinema entre os nomes de notáveis pioneiros dessa arte, como George Méliès, Edwin S. Porter e D.W. Griffith. Mas nos últimos anos há várias ações que prometem corrigir tal erro: em 2009, o Whitney Museum of American Art programou uma mostra de 80 exemplares do seu trabalho; após uma longa campanha, o Directors Guild of America conferiu uma homenagem a Guy-Blaché, com um Lifetime Achievement Award e, recentemente, os diretores Pamela Green e Jarik van Sluijs levantaram 200.000 dólares no Kickstarter para fazer um documentário sobre sua vida, chamado Be Natural, que tem como produtor executivo Robert Redford e é narrado por Jodie Foster.

Nascida na França, Alice Guy entrou no cinema ao ser contratada como secretária por Leon Gaumont, da Gaumont-Paris, após completar seus estudos na Suíça. A Gaumont, que produzia câmeras, passou a produzir filmes, e Alice, que ganhou responsabilidade na empresa, dirigiu em 1896 o curta-metragem La Fée aux Choux , considerado o primeiro filme narrativo da história do cinema. Ainda na França, continuou a fazer filmes sobre diferentes tópicos. Foi das primeiras pessoas a experimentar o som no cinema e a utilizar essa nova tecnologia, a partir de 1905.

Alice conheceu o cameraman Herbert Blaché enquanto trabalhava em uma filmagem e os dois se casaram em 1906. Em seguida, foram a New York incumbidos de montar o escritório local da Gaumont.  Aparentemente, foi o marido quem a acompanhou em sua carreira da Gaumont, e não vice-versa, porém foi ele quem dirigiu esse escritório, enquanto ela criava a filha do casal, Simone.

Em 1910, a cineasta montou sua própria produtora, Solax, em New York e construiu um estudio em Fort Lee, New Jersey, enquanto Herbert continuou na Gaumont.

Depois de um período de bastante sucesso, a Solax entrou em crise e foi fechada. Apesar disso,  Alice continuou a dirigir vários filmes, mas se viu marginalizada, depois de seu boom criativo, pela indústria cinematográfica burocratizada e corporativa do pós-Guerra de 1914-18.

Retornou à França com sua filha em 1922, após se divorciar. Encontrou o país empobrecido pela guerra e com a indústria cinematográfica sucateada. Não conseguiu seguir com a carreira e, em 1964, retornou aos Estados Unidos, onde faleceu em 1968.

Espera-se que as novas iniciativas no sentido de regatar a memória de seu trabalho confiram o devido lugar de Alice Guy-Blaché na história da cinematografia mundial.

Referências
http://www.openculture.com/2014/10/alice-guy-blache-first-female-director.html
http://www.imdb.com/name/nm0349785/bio?ref_=nm_ov_bio_sm
https://www.nwhm.org/education-resources/biography/biographies/alice-guy-blache/
https://www.youtube.com/watch?v=DqlD7RLoNAI

Filmes
https://www.youtube.com/watch?v=UkT54BetFBI
https://www.youtube.com/watch?v=-p2hWW-dZ3g
https://youtu.be/47qRYJVIl9k
https://www.youtube.com/watch?v=CYbQO6pwuNs
https://www.youtube.com/watch?v=dQ-oB6HHttU
https://www.youtube.com/watch?v=AKQUiac27dM
https://www.youtube.com/watch?v=G7cpV9L5d84
https://www.youtube.com/watch?v=e8_fb3AtmVo